MB Review: Billy Bat #2

17 de junho de 2025 Misael Feitoza

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Tempo de Leitura 2 minutos

Suspense Entre Realidade e Ficção é aprofundado.

Se o primeiro volume de Billy Bat embaralhou as fronteiras entre realidade e ficção, o segundo joga o leitor ainda mais fundo neste turbilhão de mistérios. Na nova jornada criada por Naoki Urasawa, somos levados do Japão feudal, onde um pergaminho revela segredos ameaçadores, até os bastidores da América às vésperas do atentado ao presidente John F. Kennedy. E, no centro de tudo, ele: o morcego — um personagem, um símbolo ou até uma entidade. É exatamente essa ambiguidade que torna a narrativa de Billy Bat ainda mais envolvente.

Kanbee Luta para Proteger o Pergaminho Misterioso

Kanbee, o ninja encarregado de guardar os “escritos do morcego”, faz tudo para completar a missão — ele enfrenta seus ex-companheiros, atravessa dificuldades pessoais e se sacrifica pelo que acredita. A arte de Urasawa é minuciosa, mostrando nas expressão dos personagens a dor, a dúvida e o desespero presentes nas mãos de Kanbee.

Kevin Entre a Paranoia e a Profecia

No presente, Kevin se aprofunda na espiral de paranoia enquanto se pergunta se ele é um mero quadrinhista ou se seus desenhos estão, na realidade, prevendo o futuro. A situação se torna quase teológica, aumentando o suspense. É neste ponto que Lee Harvey Oswald entra na história — um trabalhador sem perspectiva que sonha com algo maior, até ser tragado por ele, pelo destino… ou pelo morcego.

Uma narrativa envolvente cheia de reviravoltas

Com saltos temporais, pistas deixadas de forma quase aleatória e uma constante sensação de que ninguém controla nada, Billy Bat Vol. 2 revela o quanto o autor é habilidoso nas costuras de uma narrativa complexa. Urasawa consegue dar coesão até nas dúvidas, aumentando o envolvimento do leitor na trama. É exatamente essa combinação de chaos e organização que faz de Billy Bat uma das experiências mais instigantes do gênero.

Uma jornada que deixa o leitor reflexivo

Terminei o volume com mais dúvidas do que certezas — exatamente a mesma reação que a história quer proporcionar. Billy Bat não quer apenas ser uma bela história em quadrinhos: quer nos deixar desconfortáveis, reflexivos, como se os eventos presentes pudessem se chocar com a narrativa a qualquer momento. Uma jornada envolvente que revela o melhor do suspense nas mãos de um grande autor.