MB Review: Beck #01

2 de julho de 2025 Erick Willians

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Tempo de Leitura 3 minutos

Por Erick Willians – 02/07/2025 as 01:10

O ponto de virada em uma rotina sem graça

Yukio Tanaka é um jovem de 14 anos cansado de viver sempre da mesma forma monótona. Sua rotina vira de cabeça para baixo no dia em que conhece Ryusuke Minami, um cara estiloso, dono de um cachorro com um estilo único chamado Beck. Sem imaginar as oportunidades que estavam por vir, a vida pacata de Yukio estava prestes a mudar para sempre.

Yukio acaba se reaproximando de Izumi, uma amiga de infância com quem não falava há algum tempo. Após uma noite turbulenta, a amizade entre Yukio, Izumi e Ryusuke começa a tomar forma. E, apesar de todas as diferenças entre eles, um tema em comum reforça o elo do trio: a música.

Uma narrativa que flui como música aos ouvidos

Conforme os capítulos avançam, a temática musical ganha cada vez mais profundidade na narrativa, fazendo com que as tramas pessoais dos personagens se entrelacem de forma orgânica — como o desejo de Ryusuke de formar uma nova banda e a determinação de Yukio em aprender a tocar guitarra e aprimorar suas habilidades vocais. Ao longo do primeiro volume, outros personagens também ganham destaque e demonstram seu potencial, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da obra como um todo.

A narrativa de Beck é um dos grandes destaques deste primeiro volume. Tudo flui com naturalidade: desde a apresentação dos personagens até a forma como suas histórias se conectam, com os temas sendo incorporados de maneira natural. O resultado é uma leitura dinâmica e envolvente, que deixa um gostinho de quero mais no final do primeiro volume.

Uma arte repleta de charme e nostalgia

A arte de Harold Sakuishi carrega uma marcante pegada nostálgica dos anos 2000, com um charme único que torna a leitura ainda mais prazerosa. Um dos grandes destaques está na forma como o autor transmite emoções por meio das expressões faciais dos personagens, seja em momentos de tensão dramática ou nas cenas de comédia. Outro aspecto notável é a habilidade de Sakuishi em evocar a sensação de musicalidade, mesmo em um formato estático como o dos quadrinhos, algo que enriquece ainda mais a experiência visual da obra.

Edição brasileira impecável

A edição da editora MPEG está bastante caprichada e merece todos os elogios. A obra foi publicada com capa cartão e sobrecapa, miolo em papel offset com as primeiras páginas coloridas e brindes exclusivos, como um postal e um marcador de páginas — seguindo o excelente padrão de qualidade que a editora vem aplicando em todos os seus títulos. Vale destacar que a edição brasileira adota o formato 2 em 1, totalizando 17 volumes ao todo.

Vale a pena?

Trazer Beck foi um dos passos mais ousados da editora MPEG e, sem dúvida, seu maior acerto até o momento. Altamente recomendado para quem curte temáticas musicais e valoriza um bom slice of life. É o tipo de título que entrega uma narrativa envolvente, cativa pelo desenvolvimento e se destaca pela forma como constrói e evolui seus personagens. Certamente, Beck tem tudo para figurar com facilidade entre os melhores do ano. Recomendadíssimo.