MB Nacional: Sense Life #1

11 de junho de 2025 Erick Willians

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Tempo de Leitura 3 minutos

Em meio ao crescente cenário de mangás nacionais, o primeiro volume de Sense Life chega como uma estreia ousada e estilosa, misturando ação frenética, crítica social e psicodelia em doses bem medidas. Escrito e ilustrado por Glitch Tellend, o mangá não tem medo de mergulhar no caos desde a primeira página, conduzindo o leitor por um universo onde drogas, poderes sobrenaturais — chamados de Tributos — e mentes à beira do colapso se entrelaçam de forma criativa e surpreendente. Publicado pela editora MPEG, o título se destaca tanto pela proposta narrativa quanto pela qualidade de sua edição física.

Kaleb e Noah: Um Encontro Que Muda Tudo

Tudo começa quando Noah, um jovem à deriva em busca de propósito, encontra Kaleb, um rapaz misterioso, largado no lixo. No gesto de ajudá-lo, Noah não apenas muda sua vida, como também se envolve com pessoas perigosas — o que inicia uma sequência de acontecimentos frenéticos e perigosos.

Kaleb revela possuir um poder bizarro: ele pode ativar efeitos variados em seus inimigos usando diferentes tipos de drogas, com cada substância provocando uma reação única na mente dos alvos.

Reaver: O Inimigo que Muda o Jogo

Mas a ameaça real surge com Reaver, um personagem capaz de teletransportar objetos e a si mesmo.
No confronto com esse vilão, vemos a verdadeira força de Noah, que até então parecia apenas um garoto comum. É nesse momento que a dupla sela seu pacto: Kaleb prometer achar um sentido à vida de Noah, e Noah promete proteger Kaleb a qualquer custo.

Um Universo de Tributos e Insanidade

O ritmo da obra é alucinante desde o início. Com pouquíssimas explicações, Sense Life joga o leitor em um universo onde as regras são reveladas aos poucos, e tudo gira em torno dos chamados Tributos — poderes especiais ativados sob condições únicas e com motivações profundas.

À medida que novos personagens entram em cena após a morte de Reaver, o caos e a intensidade aumentam. O primeiro volume termina com ganchos promissores e boas doses de ação insana.

Arte Insana no Estilo de Soul Eater

A arte do autor Glitch Tellend é um dos grandes destaques do mangá. Remetendo diretamente ao traço de Atsushi Ohkubo (Soul Eater, Fire Force), os personagens são expressivos, desequilibrados e intensos — perfeitos para representar a loucura latente do mundo de Sense Life. As cenas de luta são muito bem coreografadas e visualmente impactantes, com enquadramentos criativos e um senso estético único, que mistura caos, ação e delírio psicológico.

Uma Edição Nacional Caprichada

A edição da MPEG está bastante caprichada, contendo sobrecapa, miolo impresso em papel offset e ainda acompanha brindes como um marcador de página, um postal e um card estilo ‘’super trunfo’’. Vale destacar que a única diferença entre a edição regular e a edição variante está na arte da sobrecapa.

Vale a pena ler?

Com personagens carismáticos, narrativa acelerada e uma ambientação que transita entre o insano e o poético, o primeiro volume de Sense Life é uma ótima porta de entrada para leitores que procuram novas vozes no mangá brasileiro. A produção da MPEG demonstra que há espaço e público para histórias autorais ousadas no Brasil, especialmente quando aliadas a uma boa apresentação visual e editorial. Se você curte ações insanas, temas maduros, reviravoltas, essa é uma leitura que vale a pena conhecer.