MB Review: She is Beautiful #1
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Uma instituição cercada de mistérios
Kurumi é uma criança que vive no misterioso instituto de pesquisa Familie, um lugar isolado que cria garotinhas e, ao completarem 10 anos, as divide em diferentes classes com propósitos distintos. Ansiosa para descobrir em qual classe será colocada, Kurumi acaba adormecendo um dia antes de seu aniversário e, ao acordar, percebe que algo está diferente.
No dia em que completaria 10 anos, um acontecimento misterioso faz com que Kurumi perca a memória, passando a vivenciar um reinício mental a cada manhã desde então. Quatorze anos depois, ela se depara com uma nova realidade e parte em busca de respostas sobre o que realmente aconteceu no passado.
Uma excelente quebra de previsibilidade
She is Beautiful começa de maneira intrigante, nos fazendo acreditar que a história seguirá por um caminho específico, apenas para, ao final do primeiro capítulo, mudar completamente o tom. Essa virada repentina é excelente, quebrando as expectativas do leitor e adicionando uma camada de surpresa à trama.
A partir do segundo capítulo, a obra mergulha em um frenesi de mistérios, deixando o leitor ansioso pelas descobertas que Kurumi faz ao longo de sua jornada. A cada nova revelação, surgem dúvidas sobre o verdadeiro papel da Familie e os motivos que levaram àquela situação extrema. As informações são constantemente colocadas em xeque, nos fazendo refletir sobre o que é, de fato, real.
Um mecanismo narrativo que mantém o suspense em alta
Um dos pontos altos da narrativa é a forma como lida com a perda de memória da protagonista. Kurumi precisa reviver certas experiências diariamente, seguindo pistas deixadas por sua versão do dia anterior, o que acrescenta um forte componente emocional e dramático à história.
A arte de Takahide Totsuno
O mangá entrega uma arte que acompanha com precisão o clima de tensão e mistério proposto pela obra, habituando o leitor aos momentos de calmaria para, então, impactá-lo quando a situação começa a se complicar. A forma como o primeiro capítulo é desenhado, com foco nas crianças e no instituto, contrasta fortemente com a transição para o presente, onde personagens mais maduros e ambientes realistas assumem o protagonismo, reforçando a mudança de tom na narrativa.
A edição brasileira
A edição da Panini segue o padrão habitual das publicações da editora, com capa cartão em acabamento fosco, verniz localizado em alguns elementos e miolo impresso em papel off-white. Este volume não conta com páginas coloridas, mantendo-se fiel à edição japonesa. Assim como em outros lançamentos recentes, o primeiro volume acompanha brindes, como um marcador de páginas e um adesivo para ser colado no diário de leitura.
Vale a pena?
She is Beautiful tem um início marcante e desperta no leitor o desejo de desvendar os mistérios ao redor da vida de Kurumi e seu misterioso universo. Uma obra que remete a uma mistura de The Promised Neverland com The Killer Inside. Vale mencionar que o mangá é completo em 6 volumes, o que permite explorar todos os mistérios propostos sem se estender excessivamente ou cansar o leitor. Recomendadíssimo.
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