MB Review: Sala de Aula à Deriva #2
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Uma necessária mudança de perspectiva
Após o cliffhanger deixado no fim do primeiro volume, Kazuo Umezz surpreende o leitor ao mudar o foco da narrativa, mostrando o que está acontecendo do outro lado da história, no mundo real, onde acompanhamos os pais desolados com o sumiço repentino da escola.
Essa é uma virada interessante, pois permite conhecer personagens como a mãe de Sho, em prantos, além de mostrar como todos estão reagindo ao misterioso desaparecimento da escola, sem conseguir explicar o que realmente aconteceu, oferecendo outra perspectiva da trama.
Terror psicológico conflitante
Assim como no primeiro volume, Umezz explora com maestria o terror psicológico, revelando como o esgotamento mental afeta os personagens e influencia suas ações, mergulhando-os cada vez mais no horror. O autor lida muito bem com o fato de o núcleo principal ser composto por crianças pequenas, criando situações que despertam no leitor uma conexão emocional, gerando aflição justamente por esse motivo.
De volta ao núcleo das crianças, o autor avança a narrativa e rapidamente apresenta uma das possíveis explicações para o ocorrido, embora sem especificar detalhes, mantendo espaço para que o mistério seja desenvolvido nos próximos volumes. Apesar de algumas resoluções um tanto previsíveis, os perigos apresentados continuam instigantes, mantendo o leitor aflito para descobrir o que acontecerá a seguir.
A fantástica arte de Kazuo Umezz
A arte de Kazuo Umezz permanece impressionante, não apenas pela narrativa dinâmica, mas também pelo detalhamento das feições dos personagens, o que dá maior credibilidade às emoções que sentem, especialmente nos momentos de horror psicológico.
A edição nacional
A edição da Devir adota um formato diferente do selo Tsuru, seguindo um tamanho semelhante ao dos mangás publicados pela Pipoca & Nanquim. A obra é lançada em capa cartão com grandes orelhas que trazem uma bela ilustração, além de papel offset de boa qualidade.
Vale a pena?
O segundo volume de Sala de Aula à Deriva mantém o alto nível e aprofunda as possibilidades de uma trama repleta de mistério e terror, envolvendo crianças isoladas em um mundo caótico e à beira da loucura. Vale destacar que a obra não se apoia necessariamente no terror visual, como é comum em trabalhos de autores como Junji Ito, mas concentra-se na exploração do ser humano e de seu colapso mental diante de situações extremas. Ainda assim, este segundo volume permanece altamente recomendado.
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