MB Review: Mangaká da Favela #1

3 de maio de 2025 Erick Willians

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Tempo de Leitura 3 minutos

Um mangaká desacreditado encontra um novo propósito no Brasil

Hiroto Takei é um mangaká japonês de 30 anos que, apesar de seu talento evidente, nunca conseguiu emplacar uma serialização. Com apenas três one-shots publicados e uma carreira marcada por frustrações, Takei se encontra desmotivado e sem perspectivas. Buscando inspiração, ele toma uma decisão ousada: viajar para o Brasil.

Capa do mangá Mangaká da Favela volume 1 Takei e João desenhando juntos publicado pela Panini Brasil — Fotos: Divulgação

O encontro com João e a realidade das comunidades

Ao chegar em São Paulo, Takei acaba se perdendo e vai parar em uma comunidade da cidade. Inicialmente chocado com a violência local, sua visão muda ao conhecer João, um garoto brasileiro de 15 anos que sonha em se tornar um mangaká. A relação entre os dois cresce com base na admiração mútua, e Takei se vê tocado pela paixão e determinação de João, que enfrenta inúmeras dificuldades para seguir seu sonho.

Representação de uma comunidade brasileira no mangá Mangaká da Favela — Fotos: Divulgação

A paixão brasileira pelos mangás em destaque

Mesmo abordando temas pesados, como desigualdade e violência urbana, Mangaká da Favela se destaca por sua sensibilidade ao mostrar o amor que os brasileiros nutrem pelos mangás. A obra valoriza essa conexão cultural, ressaltando como o mangá é parte do cotidiano de muitos jovens no Brasil.

Realismo e autenticidade na representação do Brasil

Um dos pontos mais cativantes da série é o cuidado artístico com a ambientação brasileira. Locais icônicos de São Paulo, comidas típicas, gírias e até títulos de mangás publicados no Brasil são retratados com fidelidade. Esse realismo contribui para uma narrativa imersiva e autêntica.

Takei vendo que os garotos e garotas brasileiros consomem mangás como Vagabond e Berserk — Fotos: Divulgação

Colaboração com brasileiros: respeito e comprometimento

Sohachi Hagimoto, roteirista da obra, consultou diversos brasileiros durante o processo de criação. Esses colaboradores são creditados ao final do volume, um gesto de respeito que reforça o compromisso dos autores em representar o Brasil com dignidade e verdade.

Uma obra com grande potencial e sensibilidade cultural

Mangaká da Favela começa com um tom sensível e esperançoso, mostrando como a troca cultural entre Japão e Brasil pode gerar histórias criativas e emocionantes. A obra é um reflexo da força do mangá como linguagem universal e da capacidade das histórias de inspirar, onde quer que estejam ambientadas.

Ilustração de cena impactante mostrando a violência na comunidade no mangá Mangaká da Favela — Fotos: Divulgação

A edição nacional da Panini

A edição brasileira, publicada pela Panini, mantém o padrão de qualidade da editora e conta com alguns brindes especiais. Além do marcador de páginas, o volume inclui um shikishi exclusivo com arte dos autores e uma mensagem dedicada ao público brasileiro, tornando a experiência ainda mais especial para os leitores.