MB Review: Helen de Wyndhorn
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Uma trama que explora a dor e a esperança de recomeçar
Em poucas páginas, conhecemos Helen Cole, uma adolescente de 16 anos e filha do renomado escritor de fantasia C.K. Cole. Após perder o pai, Helen se vê sem rumo, mergulhada em desesperança, até ser encontrada por Lilith Appleton, uma mulher contratada por seu avô, Barnabas Cole, para ser sua preceptora. Juntas, seguem até a enigmática mansão de Barnabas, em Wyndhorn, onde descobrem que o mundo de fantasia criado por C.K. Cole talvez seja mais real do que imaginavam.
Personagens cativantes e complexos
Helen enxerga a ida à casa do avô como uma nova oportunidade de reacender a esperança, mesmo enquanto ainda atravessa um doloroso processo de luto. Ela carrega o desejo de encontrar respostas para suas cicatrizes emocionais e os medos que a assombram.
Tom King acerta ao construir outros dois personagens fundamentais para a história: Barnabas, o avô rígido que tenta se reaproximar da neta enquanto lida com o medo de repetir erros do passado, e Lilith, a verdadeira narradora da trama, que no passado enfrentou o difícil desafio de se conectar com uma jovem que acabara de perder o pai e lida com a dor da perda de forma intensa e destrutiva.
Um drama emocional que vai além da fantasia
A obra oferece uma tocante narrativa familiar enquanto nos transporta ao universo mágico de Wyndhorn, com cenários e criaturas místicas de tirar o fôlego. Essa ambientação grandiosa faz o leitor questionar constantemente se tudo o que é narrado por Lilith é fantasia ou realidade. Além disso, a história traz uma bela mensagem sobre a importância de manter vivas as boas histórias e os legados que elas deixam para o futuro.
Um equipe artística em outro nível
Além de uma ótima narrativa, o quadrinho se destaca pela arte magnífica de Bilquis Evely, uma das ilustradoras mais impressionantes da atualidade. Vale mencionar que Bilquis foi vencedora do prestigiado Eisner Awards justamente por este trabalho. As cores vibrantes de Mat Lopes complementam com maestria os traços detalhados de Bilquis, resultando em páginas visualmente deslumbrantes. É importante destacar que a dupla, ao lado de Tom King, também assinou Supergirl: Mulher do Amanhã.
A edição brasileira
A edição da editora Suma é primorosa, com capa dura, detalhes em hot stamping dourado na capa e na lombada, miolo em papel couchê de alta gramatura totalmente colorido e no tradicional formato americano. Vale destacar que o encadernado inclui capas variantes e uma seleção de esboços de Bilquis Evely como material extra.
Vale a pena?
Helen de Wyndhorn é, sem dúvidas, uma das melhores leituras do ano e representa um grande acerto da editora Suma ao publicar uma história tão bela, que mescla fantasia, drama familiar e reflexão sobre herança e memória. É mais uma prova que o trio criativo formado por Tom King, Bilquis Evely e Mat Lopes é uma das mais grandiosas da atualidade. Altamente recomendada.
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