| 
                          Getting your Trinity Audio player ready...
                       | 
Joan Peterson é uma jovem que decide se mudar para a cidade e acaba se apaixonando por George, o namorado de sua amiga. Após conquistá-lo e finalmente alcançar a vida de casada com que sempre sonhou, algo estranho acontece: Joan acorda na casa de seus pais, sem entender o que houve. Lá, ela conhece Kit, um cantor hippie que se apaixona por ela. Quando os dois finalmente estão prestes a ficar juntos, algo inexplicável ocorre novamente.

Joan percebe, então, que está presa em um looping, no qual muda constantemente de vida. A cada recomeço, ela vive um novo romance — e sempre que esse amor é consumado, algo misterioso acontece. Contudo, ao tentar resistir a esses amores, Joan acaba sofrendo uma fatalidade. A última frase que escuta antes do fim é sempre a mesma: “O amor é eterno.”

A genialidade de Amor Eterno está em sua dupla camada narrativa. Enquanto Tom King desenvolve uma trama misteriosa, com toques de suspense e até mesmo de terror em seu pano de fundo, ele também constrói histórias de amor em diferentes épocas e situações, abrindo um mar de possibilidades — e esse é o maior trunfo da obra.
Acompanhamos diversas versões de Joan a cada capítulo: romances ambientados em cenários de faroeste, guerra, escola e muito mais. São micro-histórias que exploram clichês e estereótipos conhecidos, mas que ainda assim instigam o leitor a descobrir o motivo de esses romances estarem interligados por um ciclo infinito — como um quebra-cabeça a ser desvendado.

A arte de Elsa Charretier possui um traço cartunesco, que remete ao estilo de Bruce Timm e Darwyn Cooke, conferindo um tom exótico e único à obra. Esse estilo visual foge do habitual e torna a leitura ainda mais agradável e envolvente.
A edição da Taverna do Rei entrega um excelente custo-benefício, com capa cartão com orelhas, papel couchê colorido e um belíssimo projeto gráfico.

O primeiro volume de Amor Eterno nos brinda com excelentes histórias de amor, suspense e terror, construindo uma narrativa envolvente que nos prende do início ao fim — e nos deixa curiosos para descobrir o verdadeiro motivo por trás do looping infinito em que Joan está presa. Recomendadíssimo.


 
                








