MB Review: Re Cervin #1

24 de junho de 2025 Erick Willians

Tempo de Leitura 3 minutos

A decadência de um reino

No ano de 1033 da Era Intermédia, Hellenthal, comandada pelo rei Cervin, é atacada pelo Império de Iria, seus supostos aliados, que aproveitam uma brecha para pôr em prática uma traição devastadora. Tentando escapar de uma emboscada e retornar ao castelo, Cervin se depara com os horrores deixados pelo inimigo, que massacrou todos os seus serviçais sem qualquer piedade.

Quando o rei acredita que a situação não poderia piorar, o selo que continha o grande dragão maligno é rompido. Agora, a única capaz de enfrentá-lo é sua filha, Alcinoe, que aceita sacrificar as memórias que tinha do pai para obter o poder necessário para derrotar a criatura.

Após perder seu reino, seus aliados e sua esposa, Cervin precisa lutar para recuperar tudo aquilo que lhe foi tirado e, acima de tudo, proteger sua filha, que agora não o reconhece mais. Em meio à dor e ao caos, ele precisa reconstruir os laços entre pai e filha.

Uma impressionante e envolvente construção de universo

Re Cervin joga o leitor no olho do furacão, com combates intensos e uma narrativa envolvente que, embora parta de temáticas já conhecidas da fantasia medieval, é costurada com grande emoção. O autor transmite com maestria o peso das perdas de um pai e, simultaneamente, de um líder devastado.

No entanto, a obra não se limita à jornada entre pai e filha. Sem demora, novos conceitos passam a ser apresentados: a mitologia por trás do dragão, diferentes reinos, criaturas malignas e diversos outros elementos típicos da fantasia medieval que enriquecem ainda mais o universo da história, assim como sua arte, que se destaca ao nos transportar para um belíssimo mundo medieval, com páginas impressionantes e uma riqueza de detalhes. Um prato cheio para os fãs do gênero.

A edição nacional

A edição da Panini segue o padrão das demais publicações da editora: capa cartão, miolo em papel offwhite e, como brinde, um marcador de páginas com um formato diferenciado que casa com a proposta da obra. Vale mencionar que a obra é aconselhável para maiores de 18 anos.

Vale a pena?

Re Cervin é uma das grandes surpresas do ano e demonstra, já em seu primeiro volume, um potencial imenso para explorar um universo de fantasia medieval riquíssimo, enquanto nos conta uma história comovente sobre um rei e sua filha, unidos pela necessidade de restaurar um vínculo rompido por um nobre propósito. Mais que recomendado.