MB Review: Wild Strawberry #1

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Por Erick Willians – 08/07/2025 ás 13:52


Um mundo dominado por plantas

Em Wild Strawberry, conhecemos uma realidade em que o Japão foi completamente dominado por plantas. Elas não apenas tomaram conta de toda a paisagem, como também passaram a usar seres humanos como nutrientes para continuar se desenvolvendo. É nesse mundo distorcido que Kingo precisa sobreviver e proteger sua irmã mais nova, Kayano, que serve de hospedeira para uma dessas plantas contaminadas, conhecidas como “Jinka”.

Trabalhando na Força Funerária de Flores — uma equipe especializada em exterminar e conter a propagação dos Jinkas —, Kingo vive constantemente preocupado com a possibilidade de sua irmã ser descoberta e eliminada pelo próprio grupo. Até que, certo dia, o inevitável acontece. Agora, o garoto precisa lidar com a difícil decisão de proteger Kayano, mesmo que isso signifique trair os companheiros com quem trabalhava. A partir desse momento, a vida dos irmãos se entrelaça em uma jornada obscura e perigosa.

Uma estrutura de mundo cuidadosamente desenvolvida

O universo de Wild Strawberry remete bastante a obras como Kaiju nº 8, onde a civilização é constantemente atacada por uma força sobrenatural superior, obrigando os humanos a combatê-la ou encontrar formas de sobreviver em meio ao caos. A existência de um esquadrão de elite preparado para enfrentar os Jinkas, bem como a ideia de utilizar essas criaturas como arma, reforça essa semelhança — o que não é um ponto negativo. Tudo é bem construído, inclusive a divisão social, na qual os ricos conseguem prolongar a vida com vacinas e moram em áreas mais protegidas, enquanto os pobres vivem em zonas de risco, mais expostos à contaminação e ao extermínio.

Arte refinada e riquíssima em detalhes

A arte de Ire Yonemoto é outro grande destaque da obra. O nível de detalhamento nos cenários, já nas primeiras páginas, é impressionante. Como cada prédio ou construção está completamente tomado por plantas, chama atenção a maneira como os Jinkas são desenhados, mesclando elementos botânicos com formas humanoides, assim como o design das armas feitas a partir dos próprios Jinkas. Tudo é extremamente minucioso — é possível identificar cada planta, raiz ou folha presente nas composições.

No entanto, esse alto nível de detalhamento acaba gerando certa confusão visual durante as cenas de batalha. Em alguns momentos, é necessário observar com mais atenção para compreender o que está acontecendo. Já o design dos personagens também possui seu charme, ainda que o primeiro volume concentre-se mais na construção de Kingo e de sua irmã mais nova.

A edição brasileira

A edição da Panini segue o padrão habitual das publicações da editora, com capa cartão em acabamento fosco, verniz localizado em alguns elementos e miolo impresso em papel off-white. Este volume não conta com páginas coloridas, mantendo-se fiel à edição japonesa. Assim como em outros lançamentos recentes, o primeiro volume acompanha brindes: um marcador de páginas magnético e um adesivo para o diário de leitura.

Vale a pena?

Wild Strawberry apresenta uma história que, embora traga elementos já conhecidos, consegue combiná-los de maneira envolvente, entregando um excelente primeiro volume. A relação entre os irmãos remete bastante à dinâmica entre Tanjiro e Nezuko, em Demon Slayer. Já a forma como as ameaças são tratadas lembra o modo como os Kaijuu são retratados em Kaijuu nº 8, enquanto a ambientação do mundo pós-apocalíptico evoca o clima de Paraíso Ilusório.

A obra tem um início promissor, e a expectativa para os próximos volumes é alta. Se você gosta de obras assim, fica a recomendação para ler Wild Strawberry.

Dados técnicos do mangá – Wild Strawberry

  • Título original: ワイルドストロベリー (Wild Strawberry)
  • Autores: Ire Yonemoto (roteiro e arte)
  • Gênero: Ação, Drama, Fantasia, Pós-apocalíptico
  • Serialização no Japão: Jump SQ. (Shueisha)
  • Início da publicação (Japão): Dezembro de 2022
  • Volumes publicados no Japão: 4 volumes (em andamento)
  • Volumes publicados no Brasil: 1 volume (lançado pela Panini)
  • Número de páginas (volume 1 BR): 192 páginas
  • Classificação indicativa: 16 anos
  • Formato da edição brasileira: Capa cartão
  • Extras: marcador de páginas magnético + adesivo (primeira tiragem)
  • Preço: R$44,90
  • Onde Comprar: Site da Panini. Amazon e Lojas Especializadas

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