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Syncro, de Fernando Costa e Andy Ichigo, apresenta um mundo sombrio onde sobreviver já é, por si só, um ato de resistência. A trama acompanha Joan e Bron, dois irmãos da raça módicun, marcada por uma expectativa de vida curta e pela exclusão social. Nesse universo sem trégua, preconceito e desigualdade não são apenas pano de fundo, mas forças que moldam cada passo de sua jornada.

Após a morte da mãe, os irmãos são levados a um orfanato que logo se revela um ambiente hostil e repleto de segredos. Ali, a inocência cede lugar à desconfiança, e o laço fraterno passa a ser posto à prova, tanto por conflitos internos quanto por diferentes formas de encarar o mundo. Ao mesmo tempo, eles carregam o fardo de sua origem e o peso de uma habilidade rara: a manipulação da energia syncro, um poder tão valioso quanto perigoso.

A adolescência de Joan e Bron é marcada por traumas, perdas e escolhas difíceis. Enquanto enfrentam discriminação explícita e velada, são obrigados a lidar com dilemas que nenhum jovem deveria carregar. As batalhas vão muito além do físico: manifestam-se em diálogos carregados de ressentimento, em hesitações e na dificuldade de confiar em quem é diferente.

O que mais me chamou a atenção foi como a obra mostra que crescer nesse cenário não significa apenas aprender a lutar, mas compreender por que vale a pena lutar. Entre reviravoltas, momentos de pura tensão e instantes de rara ternura, o vínculo entre os irmãos se revela o aspecto mais poderoso da narrativa. Mesmo diante da ruína, é nessa conexão que encontram forças para seguir em frente.
Com um roteiro que aborda racismo e desigualdade de forma direta, aliado a uma arte intensa que traduz a aspereza do mundo dos módicuns, Syncro entrega muito mais do que um mangá de ação. É uma história sobre resistência, identidade e fraternidade.
Dados Tecnicos:
Gênero: Ação, Aventura, Battle Shonen
Páginas: 186
Formato: 14 x 21 cm
(Capa em papel triplex 250g e miolo em papel offwhite 80g)
Publicação: Junho/2025
Roteiro: Fernando Costa
Arte: Andy Ichigo









