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Se tem um gênero que continua em alta mesmo com o passar dos anos, é o romance escolar. E convenhamos, seja por uma vivência atual ou pela nostalgia, é uma fase e tanto para o coração: são muitas descobertas, experiências novas e “primeiras vezes”. O primeiro amor, o primeiro beijo… E é seguindo essa linha que o mangá “Será que esse amor é irresistível?”, publicado pela Panini, tem conquistado o público.
Misuzu é o delinquente da escola. Isolado e sem amigos, ele costuma ser alvo de provocações e confusões. Certo dia, ao ver um grupo de alunos intimidando outro garoto, ele intervém por impulso e sai em defesa da vítima, que acaba sendo Kitahara, um estudante exemplar e popular. Admirado pela atitude de Misuzu, Kitahara decide se aproximar dele e tenta construir uma amizade.
Misuzu, no entanto, tenta afastá-lo de todas as formas, acreditando que Kitahara não tem nada a ganhar sendo amigo de alguém tão problemático. Mas Kitahara é persistente e observador: ele enxerga um lado de Misuzu que ninguém mais vê — sensível, gentil e solitário. E com muita insistência (e com a conveniente ajuda do roteiro), Kitahara acaba ultrapassando esse muro e se aproximando de vez do garoto rebelde.
A história é simples e centrada no casal protagonista. Mas é justamente essa simplicidade, que explora o encanto do primeiro amor dentro da clássica dinâmica de “opostos que se atraem”, aliada a uma arte expressiva e delicada que valoriza os sentimentos dos personagens — seja nas expressões ou nos enquadramentos em momentos-chave —, que acabou conquistando o público.
Um detalhe curioso é que a obra é publicada tanto em uma revista shoujo quanto em uma BL, o que explica o ritmo da narrativa e o estilo visual. A mangaká Mia Sorahana já havia trabalhado com mangás shoujo antes deste título, e isso transparece na forma como ela desenvolve as emoções e o clima romântico entre os protagonistas.
“Será que esse amor é irresistível?” é um romance adolescente em banho-maria — um pouco previsível, talvez —, mas encantador. Uma leitura leve e comovente, com personagens carismáticos que entregam a dose certa de fofura e gay panic que tanto amamos.
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