MB Review: O Mestre das Armas

13 de maio de 2025 Erick Willians

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Tempo de Leitura 3 minutos

Um duelo que ecoa através dos anos.

Hans Stalhoffer, o atual mestre das armas do rei Francisco I, é desafiado por Maleztraza em um combate que decidiria quem assumiria seu posto. No entanto, o embate termina de forma insatisfatória para ambas as partes, levando Hans a se afastar de seu cargo.

Uma missão que desafia dogmas e poderes

Após alguns anos, Gauvin, o antigo cirurgião do rei, e seu companheiro Casper são encarregados de uma missão que pode mudar o rumo do comando das entidades religiosas da época: levar um manuscrito da Bíblia traduzida para o francês até a Suíça e publicá-lo para que todos tivessem acesso. Gauvin pede ajuda a Hans, que inicialmente recusa, considerando a ideia um desafio direto às autoridades, mas acaba mudando de opinião.

Acompanhamos, então, a jornada de Gauvin, Casper e Hans, uma missão que exigiria coragem e convicção, já que estariam sendo perseguidos pelos poderosos que tentariam impedi-los.

Fé, orgulho e redenção em tempos sombrios

A premissa traz várias camadas interessantes e permite o desenvolvimento pessoal dos personagens, explorando temas como fanatismo religioso e orgulho pessoal.

Hoje, imaginar que uma missão envolvendo a tradução da Bíblia poderia ser tão perigosa para as autoridades pode parecer exagerado. No entanto, na época, apenas aqueles que sabiam latim tinham acesso ao conteúdo do livro, o que permitia às autoridades manipulá-lo conforme seus interesses.

Ação visceral e narrativa histórica envolvente.

Em contrapartida, a jornada orgulhosa de Hans e seu embate inacabado com Maleztraza ganham força à medida que conhecemos melhor os personagens, cujas motivações são bem desenvolvidas ao longo da história.

Cheia de sangue e ação, O Mestre das Armas, escrito por Xavier Dorison, entrega uma trama intrigante e objetiva, conseguindo concluir os arcos dos personagens com maestria e desenvolvendo toda a narrativa de forma coesa, trazendo um desfecho satisfatório. Para leitores que vêm do universo dos mangás, a obra lembra bastante a jornada narrativa de Vinland Saga, onde o combate é um artifício para expor convicções maiores.

Arte europeia em edição de luxo pela QS Comics.

A edição da QS Comics acerta ao publicar a obra em formato europeu, valorizando a belíssima arte e as cores de Joël Parnotte. Mais do que recomendado.