MB Review: GAP – A Teoria Rosa

12 de setembro de 2025 Misael Feitoza

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Tempo de Leitura 3 minutos

GAP: A Teoria Rosa me pegou de surpresa logo nas primeiras páginas. Mon sempre enxergou Sam como o retrato da mulher perfeita da alta sociedade tailandesa: elegante, respeitada e com um sorriso que, desde os tempos de escola, ficou gravado em sua memória. Esse fascínio guiou Mon por anos, até que ela finalmente conquistou o emprego dos sonhos: trabalhar na empresa de Sam. Mas, como qualquer leitor atento imagina, idealizações raramente sobrevivem intactas ao primeiro choque com a realidade.

O que Mon encontra no ambiente corporativo está bem longe do que sonhava. Sam é conhecida por sua postura fria, suas decisões calculadas e por estar sempre no controle. Há um ar de distância em tudo o que ela faz, como se vivesse cercada por protocolos invisíveis. É justamente nesse contraste que a narrativa começa a ganhar profundidade: entre alfinetadas sutis, encontros constrangedores e gestos de gentileza que surgem de forma inesperada, Mon passa a enxergar que a “mulher perfeita” também tem rachaduras na armadura.

É nesse convívio que a admiração de Mon vai se transformando. O texto retrata com naturalidade como ela passa da devoção para algo mais íntimo, misturando carinho, atração e uma vontade quase urgente de se aproximar. Esse caminho, no entanto, é repleto de obstáculos: não apenas a diferença de status e idade, mas também expectativas familiares sufocantes e intrigas feitas sob medida para separá-las.

O que mais me agradou foi como a autora evita que o romance caia no marasmo. Mesmo nos momentos de tensão, há espaço para diálogos espirituosos, pequenas provocações e cenas que arrancam um sorriso no meio do drama. Sam, por trás da fachada impecável, revela inseguranças e cicatrizes emocionais que a tornam mais humana e palpável. Mon, por sua vez, aprende que amar não é apenas sentir, mas também lutar — pelo relacionamento e pelo próprio direito de ser feliz.

Sim, são mais de 500 páginas, mas a leitura flui com naturalidade porque cada capítulo explora cuidadosamente a evolução da relação entre as duas. É uma história sobre admiração que se transforma em amor, sobre derrubar barreiras e transformar o “impossível” em realidade. Para quem aprecia romances GL cheios de química, reviravoltas e um equilíbrio cativante entre tensão e doçura, GAP: A Teoria Rosa é leitura obrigatória. E saber que inspirou uma adaptação em live-action só torna a experiência mais especial — e quem sabe, abre portas para que mais histórias tailandesas cheguem até nós.