Elisa vive em uma realidade futurista pós-apocalíptica, onde a humanidade foi quase dizimada graças a um parasita chamado Baby. Os Babys invadem os corpos humanos e os transformam em hospedeiros, fazendo com que evoluam e se tornem seres temíveis conhecidos como Humáquinas — híbridos de humanos e máquinas, extremamente violentos.

Em certo dia, durante o combate contra uma dessas Humáquinas, Elisa acaba sendo contaminada na mão esquerda por um dos parasitas. No entanto, algo inesperado acontece: apesar das dores intensas, ela não se transforma em um monstro como aqueles que enfrenta. É a partir dessa esperança que Elisa segue lutando, empenhada em eliminar as Humáquinas e tentar salvar o que restou da humanidade ao redor do mundo.

Chang Sheng aposta novamente em uma trama com forte apelo de blockbuster e entrega uma história de ficção científica dinâmica e extremamente divertida, utilizando momentos intensos de ação como principal motor dessa distopia. O grande trunfo das obras do autor está no foco em recortes narrativos mais contidos, conduzindo a história de forma cuidadosa e detalhada, quase cinematográfica. A ação é frenética, mas sem a pretensão de abraçar um panorama excessivamente amplo ou ambicioso, evitando que a narrativa se perca.

Neste primeiro volume, a trama se dedica sobretudo a apresentar seus personagens-chave, como a protagonista casca-dura Elisa e a jovem Alice, uma garota que pode ser a chave para derrotar as Humáquinas, além de deixar ganchos para que o mistério da origem do parasita seja desenvolvido com mais calma nos próximos volumes.
Já conhecido pelo divertidíssimo Yan, Chang Sheng entrega novamente uma arte de altíssimo nível, com belíssimas cenas de ação e uma protagonista carismática e sedutora. Um dos aspectos mais interessantes de Baby são as diversas páginas coloridas que abrem os capítulos, evidenciando o grande potencial artístico do autor.

A edição da Comix Zone chega no mesmo formato caprichado já conhecido dos outros títulos da editora: capa cartão, sobrecapa, miolo colado e costurado, além de um marcador de páginas de brinde no primeiro volume. Como já citado, a obra contém diversas páginas coloridas nas aberturas de seus capítulos e agregam a experiência artistica da obra.

O primeiro volume de Baby entrega exatamente o equivalente ao episódio inicial de uma boa série de ficção científica, misturado a uma generosa dose de ação, e deve agradar quem busca um quadrinho divertido, frenético e visualmente impactante. Fica a recomendação, especialmente para quem gostou de Yan.












