MB Review: Ashita no Joe #5
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Ler Ashita no Joe é sempre um momento de prazer. É impressionante como mesmo após ficar alguns meses sem ler a obra por conta da periodicidade (que está bem consistente, de certa forma), é só ler as primeiras páginas do mangá que sou automaticamente sugado pela empolgante narrativa desenvolvida por Ikki Kajiwara e Tetsuya Chiba.


O foco dessa edição é novamente um embate entre Toru Rikiishi e Joe Yabuki. O que surpreende é o fato de Rikiishi ter passado por um rigoroso e desumano processo de emagrecimento, chegando a ficar quase esquelético, apenas para poder enfrentar Joe, que é de uma categoria de peso diferente. À essa altura do campeonato, ambos os lutadores já acumulam uma legião de fãs e enchem a arena.
Toda vez que leio o quadrinho, penso no quão difícil deve ser fazer um mangá de boxe, já que cada luta precisa ter uma particularidade para evitar que um dos pontos altos do mangá, que são justamente os confrontos, fiquem repetitivos. Nesse aspecto, Tetsuya Chiba dá uma aula com sua quadrinização dinâmica e cenas de impacto, onde o leitor consegue praticamente sentir o dano causado pelos socos. Não posso deixar de elogiar também o roteiro de Kajiwara, já que ele é o responsável por criar as situações inusitadas e dramáticas ocorridas durante à excelente luta, que entrega um desfecho chocante e que vai moldar a trama a partir de então.


A obra é muito “humana”, já que os personagens, ao menos do núcleo principal, agem de maneira plausível. Por exemplo, Nishi, companheiro de Joe, precisa emagrecer para permanecer na categoria em que está, mas por conta da rígida dieta que tem que seguir, às vezes fugia durante à noite para comer macarrão escondido de Danpei, seu treinador. São detalhes aparentemente simples, mas que complementam a experiência de leitura e fazem com que os leitores se afeiçoem aos personagens.


Já chegamos na metade da edição brasileira e tem sido uma jornada incrível desde o início. Arte consistente e característica, roteiro bem feito e personagens bem desenvolvidos. Fica cada vez mais evidente o porquê do impacto de Ashita no Joe no Japão ter sido gigantesco.