Naver Webtoon muda regras e promete plataforma mais segura após polêmica com webtoon acusado de misoginia
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A Naver Webtoon, uma das maiores plataformas de quadrinhos digitais do mundo, anunciou uma reformulação completa em suas diretrizes de conteúdo e comunidade. As novas regras entram em vigor em 30 de junho de 2025 e buscam combater discurso de ódio, preconceito e representações insensíveis, fortalecendo a segurança tanto para autores quanto para leitores.


A crise por trás da mudança
A decisão ocorre após a grande controvérsia envolvendo Otherworldly Pongpong Man, um webtoon amador que chegou a ser semifinalista em um concurso público da Naver em outubro de 2024. A obra foi duramente criticada por conter mensagens misóginas, principalmente por associar o termo “Pongpong Man” a uma gíria pejorativa usada na Coreia do Sul. Essa expressão, carregada de estigmas, é comumente usada para atacar mulheres consideradas “promíscuas”, reforçando estereótipos machistas.
A repercussão foi tão negativa que resultou em um boicote em massa, mobilizações offline com caminhões de protesto e até coroas de condolência enviadas à sede da empresa. Sob intensa pressão da opinião pública, a Naver retirou a obra da competição e passou a revisar suas políticas internas.
Consultoria externa e pesquisa com usuários
Para evitar que casos como esse se repitam, a empresa formou um comitê consultivo externo e promoveu uma pesquisa com 150 artistas e 1.000 usuários da plataforma. O objetivo foi entender as demandas da comunidade e ajustar as normas com base em experiências reais e em padrões éticos mais rígidos.
O resultado é uma série de novas diretrizes que ampliam o escopo da moderação. Antes, as regras valiam apenas para obras serializadas e para as seções “Desafio” e “Melhor Desafio” (voltadas a autores iniciantes). Agora, a fiscalização se estende a todos os conteúdos gerados por usuários, incluindo comentários, postagens em perfis de criadores e interações sociais dentro da plataforma.
Novas punições e medidas legais


Com a atualização, autores e usuários poderão ser punidos por conteúdo considerado ofensivo ou discriminatório, com sanções que vão de advertências até o banimento da plataforma. Nos casos mais graves, onde houver danos à imagem ou prejuízo financeiro, a Naver poderá inclusive buscar indenizações legais contra os responsáveis.
A empresa afirma que essa mudança é parte de seu compromisso com uma plataforma mais inclusiva, respeitosa e responsável, diante de um mercado global cada vez mais atento às questões de representatividade e segurança digital.